Leia o discurso na íntegra:
Retorno hoje a esta tribuna com o intuito de parabenizar o jornal baiano O Paraguaçu pelos seus 35 anos de livre circulação pela Chapada Diamantina, Bahia, sob a firme direção do editor-chefe Salvador Roger.
Sediado na cidade de Itaberaba, o periódico tem se notabilizado pela permanente veiculação de relevantes informações de interesse público, social, econômico e político, nos mais diversos municípios do território de identidade da Chapada.
Democrático e plural, faz circular pela região as mais variadas vertentes, projetos e concepções, sem discriminar a quem quer que seja, bem atendendo aos ideais de uma imprensa alternativa e livre de amarras ou compromissos de qualquer natureza que não sejam exclusivamente distribuir a informação verdadeira e precisa a serviço do leitor.
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| Jornal O Paraguacu de Itaberaba Edição 329 |
De igual sorte, a imprensa regional garante ao cidadão as notícias de seu interesse local e habitual, que dificilmente circulariam na grande mídia, atendendo à demanda de milhões de brasileiros por informações inerentes à crônica de seu cotidiano.
Outro ponto que devo ressaltar é a importância desses periódicos para a veiculação de pensamentos divergentes, críticos, analíticos, por jovens ou experientes escritores ainda desconhecidos do grande público, bem como dos leitores das grandes metrópoles, que se firmam na imprensa alternativa brasileira.
A Internet com seus blogs e redes sociais, em seu turno, espalham de forma quase instantânea vídeos, artigos e matérias, promovendo discussões em uma escala planetária nunca antes vista pela humanidade.
Esta questão, do reconhecimento e incentivo às publicações de menor porte, interioranas, comunitárias, encontra total guarida na ampla discussão que faremos nesta Casa legislativa por ocasião do debate acerca da nova lei que tratará da regulação dos meios de comunicação audiovisuais e impressos.
Eis um debate indispensável neste momento político do País e que já está sendo travado no âmbito da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação, ao lado de congressistas de partidos diversos, entre os quais destaco a Deputada Luiza Erundina, que sempre se dedicou à luta pela democratização da comunicação no Brasil.
Acreditamos que não há democracia verdadeira com a concentração da propriedade dos meios de comunicação em algumas poucas famílias, como ocorre, por exemplo, na Bahia, em que os Magalhães controlam a maior rede de retransmissoras de televisão, rádio e o jornal de maior circulação do Estado, historicamente utilizados para deturpar a verdade, atacar adversários e proteger correligionários políticos. O controle da mídia por oligarquias constrói e sustenta hegemonias políticas, não se pode negar.
O Congresso Nacional não pode se furtar ao dever de responder às demandas que a sociedade brasileira tem colocado acerca da democratização dos meios de comunicação neste País. Trata-se de uma discussão urgente e inadiável. O fim da Lei de Imprensa, após a provocação do Deputado Miro Teixeira ao Supremo Tribunal, nos deixou uma lacuna normativa que precisa ser superada.
E, neste debate, devemos ressaltar as publicações integras, plurais e populares, que fazem da imprensa alternativa brasileira um espaço único de proliferação de debates, contestação e resistência.
Vida longa ao jornal O Paraguaçu!
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