Polícia faz maior apreensão de maconha da história do Nordeste em Canarana e Cafarnaum BA

A Polícia Civil da Bahia realizou entre os dias 21 e 24 do mes de dezembro de 2011 a maior apreensão de maconha já feita no Nordeste brasileiro. Os detalhes da operação foram apresentados na tarde desta segunda-feira na sede da Coordenação de Operações Especiais (COE), em São Cristovão do Aeroporto, na capital baiana, pelo delegado geral da corporação, Hélio Jorge Paixão, e pelo diretor do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), delegado Jorge Figueiredo.

A ação policial encontrou 16 toneladas e 15 quilos de maconha, prontas para consumo, e 500 gramas de haxixe em três fazendas nos municípios de Cafarnaum e Canarana. A mercadoria renderia aos traficantes, conforme estimativa da polícia, cerca de R$ 8 milhões.

A droga seria destinada ao abastecimento de pontos de tráfico em Salvador e localidades do litoral norte baiano durante o verão e estava acondicionada em cerca de 3 mil sacos - quase a metade deles enterrados nas propriedades rurais e cobertos com lonas. Para transportar a mercadoria ensacada até a sede da COE, em Salvador, os policiais utilizaram um caminhão-baú. A maconha será destruída após a autorização da Justiça.

Nas três propriedades rurais, foram incinerados mais de 10 mil pés da erva com aproximadamente 1,5 metros de altura. Duas das fazendas que foram alvos da ação estavam localizadas em Cafarnaum. O caseiro de uma delas, a Fazenda Boa Nova, foi preso em flagrante por tráfico. Nesta propriedade foram apreendidos 10 toneladas e 440 quilos. Na outra fazenda do município foram encontradas 5 toneladas e 170 quilos de maconha, ensacadas, e o meio quilo de haxixe, que estava escondido sob uma árvore.

Na fazenda situada em Canarana havia 405 quilos de maconha. As investigações apontam que alguns dos proprietários das três roças, cujas identidades são mantidas em sigilo, são procedentes de dois estados nordestinos.

Cesta Básica
Ao perceberem a proximidade dos policiais os responsáveis pelo cultivo das plantações conseguiram fugir pela vegetação de Caatinga fechada, deixando para trás mochilas com roupas e outros pertences. Também foram apreendidas prensas industriais, balanças de precisão, bombas de irrigação, sementes e ferramentas, além de um veículo Gol e uma motocicleta. Estima-se que cerca de 20 pessoas trabalhavam no plantio e colheita da maconha em cada roça.

Segundo apurou o diretor do DENARC, delegado Jorge Figueiredo, a maioria dos trabalhadores rurais é proveniente de outros estados e permaneciam entre quatro e cinco meses na região cultivando a maconha e fazendo a colheita. “Os acampamentos ficavam em pontos estratégicos das fazendas, protegidos por ‘cerca viva’ feita com uma vegetação espinhosa, e estavam estruturados com bancadas para alimentação, locais para estocagem de gêneros alimentícios e material de higiene pessoal, além de alojamento”, informou o delegado.
Também apreendida pelos policiais civis e militares envolvidos na operação, a grande quantidade de alimentos abandonada pelos fugitivos das roças foi distribuída como mais de cem cestas básicas para a população de Cafarnaum, no final da tarde de sexta-feira (23). “Os moradores da região formaram filas, às vésperas do Natal, para receber os fardos de farinha, feijão, açúcar, fubá de milho, entre outros gêneros alimentícios, além de material de limpeza”, afirmou o delegado Figueiredo.

Irrigação por gotejamento

 
As investigações do DENARC nas zonas rurais de Cafarnaum e Canarana começaram no final de setembro deste ano, tendo o diretor do DENARC solicitado mandado de busca e apreensão à Justiça. Com parecer favorável da promotora Edna Márcia Souza Barreto de Oliveira, o mandado foi expedido pela juíza Elys Christianne Esperon de Miranda Rosa, da Comarca de Moro do Chapéu, no dia 15 deste mês. Equipes do DENARC, COE, 14ª Coorpin e da Polícia Militar (GRAER, Cipe –Semiárido e PM-Irecê), totalizando 70 policiais, chegaram às três fazendas, na quarta-feira, onde a maconha era irrigada através de sistema de gotejamento.
Três poços artesianos foram desativados e equipamentos utilizados para irrigação, como mangueiras e tubulação, destruídos. Calcula-se que os traficantes investiram cerca de R$ 2 milhões em aquisição de terras, irrigação, plantio, colheita e distribuição da droga. Eles utilizavam uma estufa improvisada para a secagem da maconha, que depois de enterrada em buracos era coberta com lonas revestidas com folhas e galhos de árvores.
Policia Civil da Bahia

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