O parente, de idade avançando os 60, me mostrava os cartões de apostas da Lotomania, onde não entendia o porquê de acertar alguns números em um jogo e o restante em outro cartão “Depois que inventaram esse negócio de ter que acertar tudo no mesmo cartão, não acerto mais nada!”
Recebi aquelas interrogações com um nó na garganta, ao identificar ali um sério caso de vício de jogos, elevando-o a falta de lógica. Alguém que há cerca de 10 anos ininterruptos joga duas vezes por semana e, mesmo com sérios problemas de saúde, se não houver quem vá na lotérica, arrisca-se a caminhar até o balcão da lotérica.
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Não há como não imaginar quantos pais de família deve haver neste país, que por muitas vezes já deixou de comprar o alimento para mais uma tentativa de mudar de vida, e, essa busca desenfreada faz com que não haja forma de parar.
Sabemos o suporte enorme (pelo menos é anunciado) que os valores arrecadados dão aos setores como a Educação, Saúde, Segurança e até mesmo à aposentadoria, mas este texto serve de alerta, pois, por se tratar de um produto legal, e de livre acesso, pode causar dependência e, a depender do nível do vício, causa prejuízos enormes como qualquer droga ilícita, como problemas psicológicos e financeiros.
Fazendo uma busca na internet, é fácil achar diversas histórias de ex-viciados nos mais variados jogos como bingos, jogo do bicho, roletas e a própria loteria. Pessoas que perderam a família pelo vício, outros que já tentaram se matar por não conseguir parar, entre outros. Existem até, em algumas cidades, o Grupo de Jogadores Anônimos - JA, que trata desse problema.
Comece a observar em sua casa ou na roda de amigos e, identificando alguém que joga frequentemente, não custa nada alertar quanto ao perigo do vício de jogos. O produto é tão comum no país e tão propagado pelas grandes mídias que passa despercebido, trazendo uma sensação a cada aposta, de ser um futuro milionário.
Igor Fagner – Rota 324, notícias 100% jacobinenses.
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