PROJETO CARNAÚBA É LANÇADO EM XIQUE-XIQUE

A primeira etapa do Projeto Carnaúba, desenvolvido em parceria entre as secretarias estaduais de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir) e da Agricultura (Seagri), foi lançada na última quinta-feira (6), no município de Xique-Xique.

A apresentação foi feita pelo secretário Edmon Lucas, da Sedir, para uma platéia de aproximadamente 200 pessoas, formada por agricultores familiares, produtores, empresários, presidentes de associações, proprietários de terras, estudantes e políticos.

Com essa iniciativa, o Estado, em conjunto com os governos federal e municipais, a sociedade civil organizada e a iniciativa privada, pretende reintroduzir e reorganizar a cadeia produtiva da extração da cera da carnaúba na região.

O governo se encarregará de toda a estruturação do setor agrícola da cadeia produtiva - corte, transporte e secagem do pó cerífico extraído das folhas da carnaúba, que será transformado em cera bruta, por meio de uma cooperativa que se encontra em formação. Com a produção, a Bahia poderá gerar 40 milhões de dólares por ano em exportação da cera refinada.

A ocorrência de carnaúba na Bahia se concentra nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Vaza Barris, Paraguaçu e de Contas, com destaque para o São Francisco, sobretudo no trecho que se estende de Remanso a Bom Jesus da Lapa.

Nessa etapa do projeto, cujo foco se concentra entre os municípios de Xique-Xique e Barra do São Francisco, vão ser instaladas oito unidades operativas para colheita e processamento da carnaúba e uma unidade de transformação do pó cerífero em cera bruta, sendo o produto, em um primeiro momento, comercializado com empresários dos estados do Ceará, Piauí ou Rio Grande do Norte para ser transformado em cera refinada para exportação.

De acordo com Edmon, caso a capacidade produtiva se justifique, futuramente poderá ser instalada pela iniciativa privada uma indústria de processamento de cera refinada na região. Três empresários cearenses convidados pelo secretário para conhecer os carnaubais locais corroboraram as expectativas e consideraram “de boa qualidade e com grande potencialidade” a área visitada, inclusive manifestando interesse em investir na atividade industrial de transformação na região.

O secretário definiu como etapas estratégicas para implantação do projeto a identificação das áreas de produção, definição das ações imediatas, a realização de um cadastro dos proprietários de terra, a capacitação dos produtores, a constituição de uma cooperativa, a participação da iniciativa privada e o dimensionamento dos recursos financeiros.

Segundo cálculos do secretário, somente no trecho compreendido entre Barra e Xique-Xique, que corresponde a 40 mil hectares de área produtiva, o Estado deve gerar 38 mil ocupações durante o período de colheita e uma renda estimada em R$ 18 milhões anuais, com o processamento de 4,87 mil toneladas de pó, ou R$ 24 milhões, com a transformação desse pó em 2,9 mil toneladas de cera bruta.

Ele adiantou que o investimento total previsto inicialmente para a concretização do projeto é de R$ 3,38 milhões, sendo que em um primeiro momento já foi disponibilizado recurso da ordem de R$ 370 mil para organizar o processo produtivo.

Produção atual

Hoje, a produção nacional anual de cera de carnaúba é de 12 mil toneladas (dados de 2009). O estado do Ceará é responsável por 50% dessa atividade, seguido do Piauí, com 39%, e Rio Grande do Norte (9%).

A exportação da cera refinada gerou um rendimento de US$ 60 milhões em 2009. Os principais compradores são Estados Unidos (23% da produção), Alemanha (18%) e Japão (17%), seguidos de China, Itália, Holanda, Bélgica e outros 45 países em menor escala.

Fonte: AGECOM - BA

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