Balili comenta: Bahia de todos "nós"

O ano que se antecede as eleições para Prefeitos em nosso país se caracteriza pelo ano em que a maioria deles parecem dar conta que a verdadeira função administrativa é zelar pela sua cidade e seu município.

Se pudéssemos dividir o processo administrativo da maioria de nossas prefeituras, talvez ele fosse classificado da seguinte maneira:

Durante os dois primeiros anos seria a fase da alegação. Eles passam alegando para a população que estão arrumando a casa.

No terceiro ano entramos na fase da iniciação. Onde as expectativas mais diversas são criadas diante da sociedade.

O quarto ano, ao que tudo indica na Bahia parece que pode ser considerado como a fase da desarrumação da casa, já que se tornou uma constante e sempre que os posteriores herdeiros do poder assumem aí retornam as velhas alegações. ”Peguei a casa totalmente desarrumada.”

É. Parece que nesta arrumação o nosso estado se revela como o campeão em empurrar a sujeira para baixo do tapete. O último relatório do TCM Tribunal de Contas dos Municípios revelou uma realidade nada animadora para uma sociedade que espera e almeja mais lisura e respeito dos nossos administradores, isto porque segundo o exposto todas as Prefeituras de nosso estado apresentaram problemas na prestação de suas contas referentes ao ano anterior.

Porque na maioria das vezes o público se confunde com o privado em várias ações e às vezes se distancia tanto em seus resultados?

Suponhamos que num determinado momento todas as empresas privadas responsáveis por geração de empregos, divisas e bem estar social em um município, estado ou nação, de repente apontassem falhas contábeis ou administrativas em seus relatórios anuais. Não resta nenhuma duvida que alguém seria no mínimo responsabilizado e até penalizado.

Quem?


Sociedade, diretorias, funcionários?

Mas, porque o público se difere tanto do privado neste sentido? No mundo moderno, uma Prefeitura deve ser encarada como uma empresa e como tal deve ser administrada.

A matéria recente da imprensa tem o seguinte conteúdo: ”A rejeição das contas de uma prefeitura pelo TCM, por si só, não garante uma punição, no entanto uma punição política ao gestor só é concedida caso essas contas também sejam rejeitadas pelas Câmaras de Vereadores, órgão destinado pela Constituição ao qual cabe o julgamento dos gastos municipais.

Aí perguntamos:

Será que essa unanimidade de pensamento que faz com que um estado se destaque com tal resultado, é o reflexo da certeza da impunidade? Da conivência dos mecanismos de controle ou da cumplicidade da maior parte dos nossos Legislativos que como representantes do Povo não cumpre com o seu papel?

Recentemente uma parcela dos vereadores de nossa terra deu uma demonstração disto e talvez intencionalmente ou ingenuamente nem perceberam naquele momento que com tais decisões, eles contribuíriam para o engrandecimento desta tão triste estatística numa Bahia grande, forte, que deve sim, ser considerada como: “A terra de todos nós” e não, de todos os nós.

Que a triste realidade sirva de mola propulsora para uma tomada de consciência de nossos representantes, ao refletirem sobre um velho adágio popular:

O que se colhe hoje é o que se planta no passado.

(Morro Notícias)

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