Se pudéssemos dividir o processo administrativo da maioria de nossas prefeituras, talvez ele fosse classificado da seguinte maneira:
Durante os dois primeiros anos seria a fase da alegação. Eles passam alegando para a população que estão arrumando a casa.
No terceiro ano entramos na fase da iniciação. Onde as expectativas mais diversas são criadas diante da sociedade.
É. Parece que nesta arrumação o nosso estado se revela como o campeão em empurrar a sujeira para baixo do tapete. O último relatório do TCM Tribunal de Contas dos Municípios revelou uma realidade nada animadora para uma sociedade que espera e almeja mais lisura e respeito dos nossos administradores, isto porque segundo o exposto todas as Prefeituras de nosso estado apresentaram problemas na prestação de suas contas referentes ao ano anterior.
Porque na maioria das vezes o público se confunde com o privado em várias ações e às vezes se distancia tanto em seus resultados?
Suponhamos que num determinado momento todas as empresas privadas responsáveis por geração de empregos, divisas e bem estar social em um município, estado ou nação, de repente apontassem falhas contábeis ou administrativas em seus relatórios anuais. Não resta nenhuma duvida que alguém seria no mínimo responsabilizado e até penalizado.
Quem?
Sociedade, diretorias, funcionários?
Mas, porque o público se difere tanto do privado neste sentido? No mundo moderno, uma Prefeitura deve ser encarada como uma empresa e como tal deve ser administrada.
A matéria recente da imprensa tem o seguinte conteúdo: ”A rejeição das contas de uma prefeitura pelo TCM, por si só, não garante uma punição, no entanto uma punição política ao gestor só é concedida caso essas contas também sejam rejeitadas pelas Câmaras de Vereadores, órgão destinado pela Constituição ao qual cabe o julgamento dos gastos municipais.
Aí perguntamos:
Será que essa unanimidade de pensamento que faz com que um estado se destaque com tal resultado, é o reflexo da certeza da impunidade? Da conivência dos mecanismos de controle ou da cumplicidade da maior parte dos nossos Legislativos que como representantes do Povo não cumpre com o seu papel?
Recentemente uma parcela dos vereadores de nossa terra deu uma demonstração disto e talvez intencionalmente ou ingenuamente nem perceberam naquele momento que com tais decisões, eles contribuíriam para o engrandecimento desta tão triste estatística numa Bahia grande, forte, que deve sim, ser considerada como: “A terra de todos nós” e não, de todos os nós.
Que a triste realidade sirva de mola propulsora para uma tomada de consciência de nossos representantes, ao refletirem sobre um velho adágio popular:
O que se colhe hoje é o que se planta no passado.
(Morro Notícias)
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