Em conversa com a reportagem do Bocão News, o presidente estadual do partido, Jonas Paulo, afirmou que o caminho natural é que as candidaturas petistas sejam definidas a partir da indicação do diretório. Sendo necessário o apoio, para o postulante, de pelo menos 1/3 dos dirigentes.
“Possivelmente aqueles que conseguirem viabilizar o nome para disputar as prévias tenham de fato condições de vencer”, afirma Jonas Paulo. O exemplo citado foi a pré-candidatura do senador Eduardo Suplicy, que disputou prévias com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes das eleições de 2002. Na oportunidade, o senador teve apenas 17% dos votos dos filiados.
“O PT é governo e isto significa um marco. Passamos a ter outra referencia, que não será apenas os seus filiados”, avalia o presidente estadual. De acordo com ele, antes bastava o membro do partido querer que disputaria a eleição.
“O problema é que as prévias geram custos ao partido. Lógico que se houver mais de um nome com condições de disputar a eleição, as prévias são legítimas, mas devemos ter mecanismos para proteger o partido”, defendeu.
O ponto de vista de Jonas Paulo é o mesmo do ex-presidente Lula. No entanto, os interessados em disputar eleição que vêm sendo preteridos, casos do deputado estadual Bira Corôa e do federal Sérigo Carneiro, devem pensar diferente dos líderes.
O partido vai decidir esta questão durante o congresso. Outro ponto alto do encontro petista será as discussões sobre as eleições de 2012.
O presidente nacional da legenda, Rui Falcão, ressaltou as orientações gerais sobre a tática eleitoral e a política de alianças. “Nós propomos claramente que o PT encabece as chapas nos lugares em que governa, em cidades estratégicas com mais de 150 mil habitantes, e que incorpore o conjunto da base aliada. Nas cidades que estiverem a presença dos nossos aliados governando, que estiverem candidaturas mais competitivas, que respalde o governo da presidenta Dilma, o PT vai estar junto apoiando esses candidatos”.
Na Bahia, são dez cidades que integram o eixo estratégico petista. Nelas, dificilmente o PT deixará de encabeçar a chapa majoritária. “Somos governo e a ideia é mantermos. Agora, vamos sentar com os aliados para avaliarmos as candidaturas mais competitivas”, disse o presidente estadual.
Para Jonas Paulo, o momento é oportuno para dar ao governo a cara do PT. A ideia é adequar o estatuto do partido com a realidade política do presente. “Somos governo agora”.
O congresso segue até o próximo domingo (4). A partir das decisões deste final de semana, muito agente político da Bahia pode colocar as barbas de molho, pois vai ter que esperar a chance de alcançar os objetivos eleitorais. Outros podem migrar de legenda.
Fato é que o PT nunca teve tantos filiados e condições favoráveis para negociar. Atualmente, o partido tem 80 mil membros apenas na Bahia. Em 2007, eram 42 mil. A expectativa é de que o número dobre em dois anos.
Foto: Edson Ruiz // Bocão News
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