Mas, de outro modo, há uma situação que se acentua e atrai as atenções. Diversos segmentos estão paralisados, como o dos caminhoneiros, Receita Federal, universidades federais, operações padrões nos aeroportos, problemas sérios de mobilidade no Rio de Janeiro, envolvendo a ponte Rio-Niterói, suspensão da emissão de passaportes e em muitos outros setores. O governo, de fato, atravessa um momento delicado. Não exatamente como aconteceu recentemente na Bahia, deixando sequelas nos setores da Polícia Militar e, principalmente, no educacional, com os equívocos cometidos pela greve dos professores que tanto mal causou aos estudantes das escolas públicas.
As greves são fatos normais nos países democráticos. É um instrumento de reivindicação. Foi apoiado nas greves, nas lutas em frentes às fábricas do ABC paulista que nasceu o PT, lastreado ainda nos movimentos eclesiais de base da Igreja Católica e nos intelectuais daquele Estado. No nascimento do PT, o que havia, no entanto, era um movimento de força entre capital e trabalho. Os petistas perderam a noção dos seus objetivos e se voltam contra os governos que se instalaram justamente com o apoio do partido.
As greves, hoje, não se situam entre o capital e o trabalho, mas, sim, contra o aparelho público. Emerge do funcionalismo público que, de maneira geral, já ganha bem, ou relativamente bem, muito, mas muito mais do que os operários da atividade privada. O prejuízo recai sobre a população de maneira geral que passa a sofrer as consequências dos movimentos grevistas, alguns insanos, outros respaldados em defesa legítima de ganhos por receberem salários insuficientes. Acontece, então, que o grande prejuízo recai sobre a população e trava os governos, que têm seus recursos estabelecidos nos orçamentos da União e dos estados, além de os governantes ficarem sujeitos a leis que estabelecem limites, como a Lei da Responsabilidade Fiscal.
Do Bahia Notícias - Por Samuel Celestino - Coluna A Tarde
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