Souza afirmou não conhecer os responsáveis pela prática, mas que eles aparecem em protestos e, em caso de dificuldades financeiras do manifestante, oferecem dinheiro da passagem e quentinhas.
Segundo o jovem, ele não foi chamado pela ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, para participar dos protestos. Mas Souza conta que ela organiza protestos e "ajuda a manipular a forma como a manifestação vai acontecer", apesar de não ser a líder.
Caio Silva de Souza |
A página Black Bloc verdade, no Facebook, divulgou nesta quinta-feira (13) imagem de suposta prestação de contas. A imagem mostra pessoas que teriam recebido dinheiro e supostos doadores. A lista indica ao menos dois vereadores como doadores, sem contudo identificá-los.
A Polícia Civil informou, na quarta (12), que apura suposto esquema de aliciamento nos protestos. Nesta quinta, o delegado responsável pela investigação da morte de Santiago Andrade, Maurício Luciano, informou que o suposto aliciamento de manifestantes só configura crime em casos em que o financiamento tiver relação com estímulo à violência.
Partidos
No depoimento, Souza afirmou que tal prestação de contas já havia sido publicada antes porque dentro do grupo de ativistas há discordâncias sobre a prática. Ele diz que nos protestos há pessoas encarregadas de distribuir pedras e apetrechos, mas que não as conhece.
Souza também confirma que ouviu falar que um deputado teria ajudado um grupo chamado “Mais Pão e Menos Opressão”, mas não sabe quem é esse parlamentar. Ele diz acreditar que os partidos que levam bandeiras para os protestos são os que financiam tal esquema. No depoimento, ele cita o PSOL e o PSTU.
O PSTU também negou ter relação com os dois rapazes presos suspeitos de terem lançado o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade.
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"Nas manifestações do ano passado, o PSTU foi o único partido de esquerda a contestar e discordar publicamente dos métodos empregados por estes setores do movimento social. Exigimos que se apure a denúncia de financiamento desses jovens. Se eles receberam dinheiro para agirem como provocadores, exigimos que se diga quem os financiou. Não só quem financiou esses jovens, mas quem financia a defesa da dupla acusado-delator", afirma a nota.
"Somos radicalmente contrários à perseguição que os governos vêm promovendo contra os movimentos sociais. A violência instaurada naquele dia na Central do Brasil é de responsabilidade do governo e da Polícia Militar. Prestamos nossa solidariedade aos familiares de Santiago e continuaremos lutando para que novas tragédias como esta não aconteçam", conclui o texto.
Já o PSOL afirma que irá processar quem tenta vincular o nome do partido aos vândalos. Leia a nota na íntegra:
"Desde o trágico incidente que culminou com a morte do cinegrafista Santiago, vários boatos — depois "desmentidos" — tentam vincular o PSOL e seus parlamentares ao ocorrido. O Partido Socialismo e Liberdade declara que, mais uma vez, são levianas as acusações de seu envolvimento nesse lamentável episódio. Os responsáveis por tais acusações serão devidamente processados.
O PSOL não utiliza nem defende o uso de atos de violência como método e prática política nas manifestações, bem como nunca manteve qualquer contato com os acusados de participação nesta tragédia. O partido, consternado com a morte do cinegrafista, transmite irrestrita solidariedade à família, amigos, colegas de trabalho e profissão de Santiago Ilídio de Andrade, exigindo uma investigação séria que responsabilize todos os envolvidos.
A denúncia sobre possíveis financiamentos de militantes não constitui prática do partido e exigimos que seja investigada. Para o PSOL-RJ, motivos para protestar continuam existindo. Seguiremos apoiando as mobilizações da população por seus direitos e a defesa de conquistas democráticas duramente alcançadas." (R7)
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