Turista suíça visita Xiquexique

Formada em sociologia e tomada pelo espírito aventureiro, Alexandra Jorge, uma suíça de 35 anos se encantou com os dois xis de uma cidade do interior baiano. Motivada pela curiosidade a socióloga chegou até Xiquexique, a cidade dos dois xis. “Buscando sobre mapas, vi o nome Xique-Xique, e gostei. Achei bonito porque está escrito com xis, nunca vi uma cidade escrita assim, com dois xis. Eu não sabia nada sobre a cidade e decidi tomar um ônibus; aí comecei também a pesquisar o que se poderia fazer em Xique-Xique”, brincou Alexandra.

A socióloga diz que sempre gostou de viajar, de conhecer outras culturas e países. Segundo ela, conhecer como pensa e vive outros povos ajuda na formação pessoal. “Eu estava em Salvador/Bahia, e queria ir para o Norte. Então, olhando mapas, pesquisando sobre o rio São Francisco – ela conta que chegou a assinar na Suíça, um protesto contra a transposição do rio São Francisco – vi o nome Xique-Xique, e gostei”, conta.
Alexandra diz que foi bem acolhida desde a sua chegada em Xiquexique, e faz questão de mencionar os nomes dos amigos Tony e Daiana, com os quais fez amizade logo assim que chegou. “Conheci um casal muito simpático, que vende cachorro-quente na avenida – avenida J.J. Seabra - , nos tornamos amigos. Sempre que precisei de informações as pessoas me ajudavam”, elogia a socióloga.

Mesmo sendo bem recepcionada, a turista suíça diz que estranhou o fato da maioria dos xiquexiquenses não saber o que lhe indicar como ponto turístico. Alexandra conta que as pessoas ficavam surpresas pelo fato dela, uma suíça, estar na cidade para conhecer as belezas naturais do Município, seus costumes e tradições. “Várias pessoas me disseram não ter nada para se ver, se conhecer! Aí me perguntei: não tem nada realmente para se ver? E pesquisando descobri que têm muitas atrações e, sobretudo, ligados a natureza como a Ilha do Miradouro, a Igreja do Miradouro, o rio que é muito bonito, os pescadores. São coisas que eu não conheço na Suíça e para mim são especiais! Tem o parque aquático Ponta das Pedras etc. Também conheci a Lagoa de Itaparica, o povoado da lagoa, visitei Santo Inácio, a cachoeira do Encantado. Conheci ainda o Folha Larga, local onde dom Luís Flávio Cappio morou quando ainda era frei, vi também os carnaubais da Lagoa de Itaparica, uma coisa que não tinha visto antes. Enfim, tem muitas riquezas naturais, lugares bonitos, lugares com histórias que eu acho que muitas pessoas daqui não conhecem e não valorizam a própria cidade. Mas encontrei muita gente que conhece e valorizam também, a exemplo de um senhor que encontrei na Prefeitura Municipal, Carlos (Carlinhos) Alberto Marçal de Meira e o sr. João – da APAS, e outros”, diz.
A suíça Alexandra ficou impressionada com o Brasil, a Bahia e Xiquexique, principalmente na extensão territorial, diversidade culinária e frutas. “Bom, na verdade é a segunda vez que visito o Brasil, na primeira eu estive a trabalho e passei um mês aqui; não posso dizer que conheço o Brasil, pois é muito grande, muito diverso. O Brasil é imenso, acho que só a Bahia é quatro vezes maior do que a Suíça. Gostei muito das frutas, além da comida maravilhosa; eu sou vegetariana e as frutas, legumes daqui têm uma qualidade, um sabor especial, é uma qualidade de vida que não está sendo valorizada também. Quanto ao clima, aqui é muito quente, mas para as pessoas que gostam de calor, é ótimo!”.

Sua experiência com crianças da Lagoa de Itaparica

“Eu gostaria de ver algum projeto aqui não só para desenvolver o turismo, mas também para permitir às pessoas daqui conhecerem as riquezas do seu próprio patrimônio, a exemplo da comunidade Lagoa de Itaparica – pertencente à área de proteção ambiental -; visitar a escola foi uma experiência maravilhosa. Claro, eles são ainda muito pequenos, mas sabem muito pouco sobre o país, a região onde vivem. Então espero que venha algum projeto para mostrar a eles novas perspectivas de vida, as pessoas devem ter orgulho de suas raízes, de sua própria cultura; se você não conhece sua história, sua origem, que tipo de pessoas você vai ser no futuro? Conhecer sua região, o lugar onde se vive é fundamental, muito importante”.

Sobre o turismo na região

“Eu acho que o turismo aqui deveria ser mais difundido. Antes de vir para Xiquexique eu procurei ver sobre hotéis e pousadas em vários sites, e não vi nada, nenhuma informação! Aqui chegando encontrei algumas. Também não encontrei nenhum mapa da cidade, inclusive fui até a prefeitura e só vi um mapa velho, desatualizado, na parede. As informações que encontrei em um site da prefeitura são superficiais, sem detalhes. Acredito que com um pouco de financiamento poderia melhorar na questão de informações para a classe turista. Já tem o site, falta colocar nomes de lugares, como chegar, distancia e outras informações indispensáveis a quem quer melhor conhecer a cidade”, diz a socióloga suíça.

Fonte: Site paginarevista.com

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1 Comentários

  1. moro em xiq-xiq e sequer soube q a Alexandra esteve aqui, realmente aqui é um belo lugar,porém desorganizado e descuidado, por isso desvalorizado...
    apesar dos pesares xiq-xiq é uma cidade maravilhosa vale a pena visitar...

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