A democracia do anonimato.

Os blogs de Xique-Xique, por exemplo, se não são os maiores, decerto são um dos principais instrumentos de reafirmação da democracia.

Foto meramente ilustrativa extraida do google.
Com o crescimento a passos largos do acesso à internet, surgem cada vez mais várias ferramentas de comunicação virtual para utilização em vários campos do mercado, desde sites para divulgação e comercialização de produtos, realização de cursos on-line; redes sociais para criação de laços de amizade e afeto; e também de blogs cujos temas variam desde assuntos restritivos à saúde da mulher a assuntos relativos a tantos outros aspectos do cotidiano mundial, citando-se como um dos maiores exemplos a política.

Qualquer pessoa pode criar um blog. É algo simples, não havendo necessidade sequer de ser um expert sobre ferramentas da internet. Existem inclusive vários sites especializados que oferecem gratuitamente todo o processo técnico e legal para a sua construção, personalização e manuseio. Os blogs viraram uma verdadeira febre, sendo utilizados pelos mais distintos segmentos e para as mais diversas finalidades, muitos dos quais com possibilidades de atualizações diárias, semanais, mensais e até mesmo várias vezes no mesmo dia.

Os blogs de Xique-Xique, por exemplo, se não são os maiores, decerto são um dos principais instrumentos de reafirmação da democracia. Todavia, um deles, talvez por resquícios saudosistas da ditadura militar, simplesmente permite a participação das opiniões de anônimos – objeto, aliás, tema de matéria minha aqui, no Página Revista, edição de junho de 2010, e que, por sinal, dada a repercussão alcançada na época, foi extraída e veiculada na íntegra pelo blogxiquesampa, veículo de comunicação virtual de respeito, o qual, só a partir de então, tive a felicidade de conhecer.

Mesmo tendo sido minha matéria veiculada seis meses atrás, o tal blog, cuja denominação me dou o direito de não divulgar, continua atentando contra os princípios civilizados da democracia. Continua admitindo a inserção em suas páginas de comentários de internautas anônimos, apesar de envolver a participação tanto de pessoas que coadunam com seus noticiários, pontos de vista, como também de pessoas que aproveitam justamente o anonimato para criticar e até elogiar os seus adversários e o seu próprio dono. Ou seja, cria uma espécie de democracia do anonimato.

Como se vê, a minha preocupação não recai no fato de o tal blog veicular críticas ou elogios a “A”, “B” ou “C”, mas sim no fato de não identificar quem os faz. Tenho certeza de que o proprietário de tal blog não gostaria que seu veículo de comunicação virtual fosse citado, igualmente em circunstâncias anônimas, como um pasquim digital e, pior que isso, levado à Justiça e ser processado por divulgar notíciários e/ou comentários sem embasamento. Afinal, o dono do tal blog, que vejo ser devidamente identificado na sua página de abertura, torna-se o principal responsável pelas matérias de autorias anônimas a partir do momento em que as deixa ser veiculadas.

Extraido do http://paginarevista.com.br/edilsonrocha.html
Escrito por Edilson Rocha - Servidor público e Cinegrafista.
É colaborador do Página Revista. Contato: edilsonrochasantos@hotmail.com

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