Primeira apreensão de oxi na Bahia

O que todos temiam aconteceu. A droga que vem se alastrando na região Norte do país foi encontrada na Bahia. Na tarde de anteontem, a Polícia Civil de Itapetinga, sudoeste do estado, apreendeu 86 pedras de “oxi” e uma pedra maior, da mesma droga, embaladas em saco plástico. Com nomenclatura abreviada da palavra ‘oxidação’, o entorpecente foi encontrado em poder de Venícius Ribeiro Moura, 23 anos, conhecido como Negão, na Rua Nazaré do bairro Primavera.

Como esta Tribuna publicou na edição do dia 20 de abril deste ano, oxi é uma mistura da pasta-base da cocaína com combustíveis, na maioria das vezes querosene e gasolina, e solução de bateria. Com poder maior que o crack, a substância também é derivada da cocaína e o consumo é feito em forma de pedra. O oxi chegou ao país através das fronteiras o Acre e, até a última terça-feira, a Polícia Federal (PF) havia afirmado que não havia registros da presença da substância na Bahia.

“Não vejo isso como um novo tipo de droga e sim como uma nova forma de consumo. Aqui não tem registros e é provável a inexistência no Nordeste. Fazemos várias apreensões de pasta-base de cocaína, que impede o tratamento para a transformação no Oxi”, afirmou o superintendente da PF, José Maria Fonseca, na edição do dia 20. Na tarde de ontem, a reportagem tentou contato com a PF para esclarecimentos sobre a apreensão, mas não houve retorno.
Segundo informações do delegado Roberto Leal, titular da cidade de Macarani, as diferenças entre o crack e o oxi são sutis.

“Essa droga é mais escura e mais consistente que o crack, além de apresentar um cheiro muito semelhante com combustível, principalmente óleo diesel e gasolina.

No início achamos que, realmente, se tratasse do crack, mas ao colocarmos em solução ela entra em combustão e solta uma borra escura”, explicou o delegado.

Leal ainda afirmou que não sabe se essa é a primeira apreensão na Bahia, por se tratar de uma droga ainda desconhecida. “O oxi ainda é novidade para os traficantes e alguns policiais. É provável que já tenha ocorrido outras apreensões que terminaram passando como crack”, afirmou.

A polícia chegou ao paradeiro de Venícius após ele ter furtado uma escola municipal de Macarani. Por volta das 14 horas de terça-feira, o acusado foi localizado em casa, em Itapetinga, onde policias de ambas as cidades aprenderam a droga e um computador criminalmente subtraído da escola. O acusado apresenta passagens em delegacias por tráfico de drogas e porte ilegal de armas. “Ele nem sabia que estava revendendo o oxi. Para ele, a pedra era o crack”, disse o delegado.
Tribuna da Bahia

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