Inaugurado em 4 de abril, o museu retrata a história do garimpo no alvorecer do século XVII, expondo objetos e utensílios utilizados pelos garimpeiros na lavra do diamante, assim como fotografias inéditas das suas lutas diárias nos rios da Chapada. Publicações da época também fazem parte do acervo de rico valor histórico.
O museu ocupa o prédio colonial onde funcionou o antigo fórum da cidade, sendo cedido pela Prefeitura Municipal, cujo prefeito Marcos Teles, abraçou a causa da preservação do patrimônio e deu integral apoio à criação do museu, inclusive fornecendo pela prefeitura o pessoal que administra as instalações.
Personagens da história
O Museu da Cidade de Palmeiras retrata também as famílias que iniciaram a construção do município e fizeram sua história ao longo dos tempos. O idealizador do projeto é filho de uma das tradicionais famílias locais, os Queiroz, que já deu prefeito, vereadores e tem hoje o vice-prefeito na figura do empresário José Soares de Queiroz Júnior. À frente do museu está Dona Telma Quadros, diretora municipal de cultura, auxiliada por Elma Alencar.
Tendo colaborado nas articulações para instalação do Museu, Júnior considera a obra “de grande importância por retratar a história local, contribuindo para que permaneça viva na mente dos mais jovens a cultura e as tradições”. Ele enfatiza que com os recursos da Petrobras foi possível a realização dos serviços de reforma do imóvel, instalações de móveis e bens patrimoniais, além das peças históricas restauradas pelo projeto.
Origens da cidade
Nos anos de 1815 a 1819, um poderoso senhor de terras e escravos da época das províncias, o Sargento-mor Francisco José da Rocha Medrado, formou uma grande fazenda de café que foi batizada de Fazenda Palmeiras. Naquela época, a fazenda se resumia a uma estrada que dava acesso à Lençóis, onde moravam poucos trabalhadores que se dedicavam à lavoura.
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Em 23 de dezembro de 1890, Palmeiras é elevada à categoria de vila. Com o território separado de Lençóis, em 15 de janeiro de 1891, inaugura-se o novo município: Vila Bela de Palmeiras.
Palmeiras se tornou, a partir desse momento, um centro que atraíam famílias tradicionais de Minas Gerais, de outros locais da Bahia, franceses, como é o caso da família Cathalat, e descendentes de portugueses das famílias Menezes e Pina. Até meado de século XIX, os donos de terras e escravos, a exemplo dos milionários Benedito Chagas e Major Cândido José da Silva Leão, exerciam imenso poder da região, sobre tudo e todos, de modo que nada era feito sem os seus consentimentos.
Com a chegada dessas famílias, que construíram imensos casarões existentes até hoje, formando a beleza arquitetônica do estilo barroco de Palmeiras, também introduziram seus costumes, tradições, crenças e linguagens, que foram sendo incorporados à cultura local, provocando uma mudança considerável.
No auge da mineração, o cotidiano da cidade era iluminado pelo luxo e riqueza que ostentavam os moradores. A moda européia vestia a alta sociedade e o uso de gravatas era obrigatório para todos, independente da ocasião.
A vida noturna era bem movimentada, com cinema mudo ao ar livre, bales na prefeitura e nas residências mais luxuosas, forrós e as animadas festas nos botequins.
Em 13 de dezembro de 1930, a Vila de Palmeiras chega à condição de cidade, tendo nome simplificado para Palmeiras.
O declino da mineração, entre 1951 e 1952, com a ascensão da produção de cristal, provocou um êxodo em massa para o Estado de São Paulo.
O Paraguaçu
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