Criado no coração do sindicalismo, o Partido dos
Trabalhadores já deu aula de greve. Hoje, do outro lado do balcão, leva
bomba em matéria de negociação. Os mais de 100 dias de paralisação dos
professores trouxeram prejuízo às avaliações do governo do estado e do
governador. Para os soteropolitanos, segundo pesquisa do Instituto
Futura em parceria com o CORREIO, o índice dos que consideram ruim ou
péssima a gestão Jaques Wagner (PT) pulou de 36,1% em abril, quando
começou o movimento grevista, para 69,1% em julho.
O efeito greve também respingou nas barbas da
popularidade do governador, que viu cair sua avaliação positiva de 23,6%
(bom/ótimo) em abril para 9,3% neste mês. A reprovação cresceu de 35,9%
para 65,9% no mesmo período.
A pesquisa CORREIO/Futura revela que para 87,7% dos entrevistados, a qualidade do ensino público é hoje o pior problema do estado, acima da saúde (ruim e péssima para 83,2%) e da segurança (73,9%), entre as atribuições estaduais com avaliações mais críticas.
A pesquisa CORREIO/Futura revela que para 87,7% dos entrevistados, a qualidade do ensino público é hoje o pior problema do estado, acima da saúde (ruim e péssima para 83,2%) e da segurança (73,9%), entre as atribuições estaduais com avaliações mais críticas.
A condução do governo estadual na greve da Polícia
Militar no início do ano é melhor avaliada (49,9% de aprovação x 46,1%
de reprovação) do que na paralisação dos professores (51,6%
desaprovaram) . Para 86,7% dos entrevistados, o governo deveria atender
às reivindicações dos professores.
O apoio ao movimento, entretanto, também não é
unânime em Salvador. A população está dividida: 52,9% são a favor e
44,6% são contra. No universo pesquisado, 66,2% ou estudam ou têm alguém
da família na rede pública estadual. Neste público, a greve também
dividiu os entrevistados: 50% a favor e 49,2% são contra.
A má avaliação do governo baiano em julho é
equilibrada entre os sexos : homens (70% ruim/péssimo) e as mulheres
(68,5%) e mais crítica nas maiores faixas etárias, com reprovações de
74,7% entre quem tem de 40 a 49 anos e 73,4% de 50 a 59 anos. O desgaste
após os três meses de greve foi um pouco menor entre os mais jovens:
59,4% entre 16 a 19 anos.
Na divisão por classes sociais, a avaliação negativa
da gestão estadual em julho cresce nas classes A/B, com 80,7% de ruim e
péssimo contra 67,4% nas D/E. A nova classe média é um pouco mais
generosa: 64,9% de reprovação. É ali que o governo estadual tem seu
melhor desempenho com 13,8% de aprovação. Nas classes A/B, este índice
cai para 5,3% de ótimo/bom, com 8,7% de aprovação nas faixas D e E.
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