Ameaçados e atingidos por Barragens na luta por seus direitos

Representantes de comunidades atingidas pela Barragem de Sobradinho, que lutam pela efetivação de seus direitos junto à Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF) e famílias ameaçadas pela construção das Barragens de Riacho Seco e Pedra Branca, realizam o Acampamento dos Ameaçados e Atingidos por Barragens, entre os dias 15 e 18 de março, no Ginásio de Esportes de Sobradinho.


Os objetivos do Acampamento são a articulação dos atingidos por barragens das diversas comunidades e municípios; o diálogo conjunto sobre os grandes projetos de investimento do capital e suas conseqüências; e a formação, colocando em pauta o debate do modelo energético brasileiro e a sua implicância nas questões sociais e ambientais.

Durante a atividade, pretende-se intensificar o diálogo com as populações atingidas sobre os grandes projetos, como foco na Transposição do Rio São Francisco e nas Barragens. Na oportunidade, será viabilizado também o intercâmbio entre os atingidos e ameaçados, no sentido de construir uma pauta de reivindicação dessas comunidades.

Governo pretende construir mais duas barragens no São Francisco

O Governo Federal, através da CHESF, viabiliza estudos para construção de duas barragens na região do Sub-Médio São Francisco: Riacho Seco e Pedra Branca.

Se construídas, as duas barragens atingirão comunidades dos municípios de Curaçá, Abaré e Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Orocó e Cabrobó, no Pernambuco.

Segundo informações do Movimento dos Atingidos por Barragens, cerca de 20 mil pessoas poderão ser desalojadas de suas áreas com a construção das duas obras.

Para a construção de Riacho, a CHESF vem realizando oficinas no intuito de convencer as comunidades sobre a importância das barragens e negociar as condições de saída das famílias das suas terras.

Já o processo da hidrelétrica de Pedra Branca está suspenso devido ao processo de demarcação do território Tumbalalá, apesar do Governo Federal buscar brechas para a implantação.

Uma luta histórica contra as barragens

Para as entidades populares, no entanto, a luta não deve ser pela negociação, mas sim contra a implantação das barragens, pelos diversos impactos que esses projetos podem causar às famílias.

É antiga a luta contra as barragens na região do Sub-Médio São Francisco. Desde o final dos anos 70, com a construção da Barragem de Sobradinho, quando mais de 70 mil pessoas foram relocadas de suas terras, diversas organizações sociais e movimentos populares foram criados para defender os interesses das comunidades.

Depois de 30 anos da construção da Barragem de Sobradinho, muitas famílias ainda não tiveram os seus direitos garantidos, como água, saúde, infraestrutura de estradas, entre outras reivindicações.

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