Seminário discute Gestão, Comercialização e Economia Solidária em Uibaí.

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Num clima de otimismo, beneficiários do Projeto Cidades Sustentáveis e agricultores familiares se reuniram no dia 19 de Agosto de 2010 no Clube Canabrava na cidade de Uibaí-Ba, para discutir alternativas de geração de renda através da comercialização.

O II Seminário de Gestão, Comercialização e Economia Solidária teve a participação de mais de 200 pessoas e obteve resultados positivos.

O evento foi realizado em parceria com organizações do poder público e da sociedade civil, como a Prefeitura de Uibaí, através da Secretaria de Ação Social e CRAS, EBDA de Central, EBDA de Uibaí e STTR de Uibaí. Segundo a coordenadora do Projeto Cidades Sustentáveis, Paula Silva, o projeto trabalha na perspectiva de construir uma nova Economia no Semiárido, baseada nos princípios da economia familiar e solidária e, por isso, o evento foi pensado para garantir com os beneficiários o rumo dessa discussão.

Durante o encontro, os participantes puderam contar com um momento de formação especialmente para discutir gestão e comercialização. Ministrada pelo consultor Ricardo Campos, da Associação de Cooperativas de Apoio à Economia Familiar – ASCOOB, a palestra foi importante para traçar o histórico do processo de comercialização com foco na realidade local. “Sempre que inicio uma discussão junto com os agricultores sobre comercialização e economia solidária, procuro debater sobre a experiência, os objetivos e ideologias de cada um. Acredito que a economia solidária está extremamente ligada a essa nova forma de enxergar a vida”, disse Ricardo.

Na palestra as principais políticas públicas e programas de apoio à comercialização da agricultura familiar também foram debatidas, com destaque para o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. As duas modalidades, uma em forma de programa governamental e a outra como Lei, são alternativas importantes para potencializar a comercialização da agricultura familiar em cada município e fazer com que a economia territorial dê um salto positivo.

Anfitrião do evento, o prefeito Pedro Rocha falou sobre os frutos que vem colhendo com o PAA, defendeu o PNAE e se comprometeu em deslanchar o processo em Uibaí, que segundo ele, está consolidado, mas não está formalizado. O prefeito relatou experiências que já estão ocorrendo com o beneficiamento de leite em parceria com a COOPERJ e também produção de queijo na comunidade de Caldeirão, todas destinadas à merenda escolar.

“Quando assumi a gestão da prefeitura percebi que o principal prato da merenda no município era suco empacotado, o famoso “kisuco”, com bolacha água e sal. Considerei isso um crime contra o direito que a criança tem de se alimentar com qualidade enquanto está na escola. Hoje, temos outro processo acontecendo e queremos ainda mais. Acredito no potencial da agricultura familiar e já estamos nos organizando para publicar o nosso Edital do PNAE para garantir não só o que a lei prevê, ou seja, 30% dos recursos, mas para que 100% dos recursos do FNDE sejam usados para comprar a produção da agricultura familiar, que é de qualidade e culturalmente adaptada ao paladar das crianças. Vai ser uma verdadeira revolução em nosso município. Estou feliz com a parceria do CAA e com as ações do projeto Cidades Sustentáveis”, afirmou.

Dia de Feira- Coentro, alface, rúcula, quiabo, pimentão, pimenta de cheiro, rabanete, beterraba, cenoura, cana-de-açúcar, bonecas de pano, bordados, crochês, artesanato em fibras de bananeira, jornais, entre outros materiais foram alguns dos produtos comercializados durante o encontro na Feira Agroecológica montada no local do encontro. O objetivo foi vivenciar na prática a discussão realizada no seminário e trocar experiências entre os participantes sobre o processo de gestão e comercialização.

Aos 69 anos, Adailde Pereira dos Santos, mais conhecida como Dona Nega, impressionou a todos com sua disposição. Moradora do bairro Eusébio no município de Central-BA e beneficiária do projeto há um ano, ela expôs sua produção de hortaliças na primeira barraca da feirinha. Feliz em participar do evento, ela afirma ter encontrado no projeto uma forma não só de comercializar para gerar renda e se alimentar, mas de manter o convívio e a interação com as pessoas. “Gosto do projeto para ter o que fazer, vendo desde a primeira produção das minhas três hortas e dou também para os vizinhos. Acho até que dou mais do que o que vendo, mas sou feliz do mesmo jeito”, disse entusiasmada.

Fonte: CAA

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