Região Metropolitana de Irecê: um projeto ousado

A cidade de Feira de Santana, segunda maior da Bahia, acaba de ganhar status de sede metropolitana. A Princesa do Sertão, alcunha definida por Ruy Barbosa, é a mais populosa cidade do interior nordestino, com mais de meio milhão de habitantes, e destaca-se por sua pujança comercial e industrial, fortalecida pelo intenso tráfego de pessoas que se deslocam de norte a sul do País através das BRs 116, 324 e 110.

A Assembléia Legislativa da Bahia aprovou no último dia 16 de junho o Projeto de Lei que cria a Região Metropolitana de Feira de Santana, agregando inicialmente seis municípios circunvizinhos, podendo chegar a dez. Pertencerão à metrópole feirense Amélia Rodrigues, Conceição de Feira, Conceição do Jacuípe, Tanquinho e São Gonçalo dos Campos. A medida, além de promover a integração de políticas públicas, trará mais crescimento às demais cidades da região. As principais vantagens serão notadas no transporte de mercadorias e na tarifa de telefonia, que deve ser unificada.

A exemplo de Feira de Santana, Irecê destaca-se na Bahia como uma “cidade-mãe”, agregando e concentrando o movimento comercial de toda uma microrregião que abrange aproximadamente meio milhão de habitantes. Os avanços tecnológicos e culturais das cidades vizinhas são também impulsionados por nossa cidade, que tem desenvolvido importantes espaços de formação intelectual, com um considerável número de vagas de ensino superior ocupadas por pessoas de todas as cidades circunvizinhas.

É ainda com muita dificuldade que buscamos repetir no meio agrícola o volume de negócios registrado na década de 1990, quando despontamos no cenário nacional como a “Capital do Feijão”. Mesmo assim, Irecê tem recebido olhares atentos de grandes empresas e bancos por conta de sua movimentação financeira, demonstrando que a cidade não deixou de ser uma das mais importantes potências financeiras da Bahia.

Região de Irece Bahia
A concretização da força política e econômica de Irecê pode surgir de um projeto semelhante ao que foi direcionado a Feira de Santana, criando a Região Metropolitana de Irecê, com mais representatividade e poder de negociação que o atual “Território de Cidadania”. O equilíbrio de um comércio em constante expansão e a conclusão do mais importante projeto de irrigação da América Latina: o Baixio de Irecê, poderão acelerar esta conquista. Mas é preciso que governantes e parlamentares tenham visão de futuro e invistam nessa idéia com o fervor e o otimismo de quem sabe que em Irecê, em matéria de economia, “em se plantando, tudo dá”.
Por  LULA FREIRE do Jornal Informa

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1 Comentários

  1. Vale salientar que o Projeto Baixio de Irecê não privilegia Irecê diretamente. Supostamente, nem mesmo privilegiará a microrregião, pois será criada a microrregião de Xique- xique e o projeto será exclusivo dessa unidade. Se os políticos de Irecê e região não atentarem- se a isso, acontecerá o que aconteceu em fins da década de 1980 e meados da década de 1990, quando um formigueiro humano de habitantes da região migrou para o Oeste baiano, assim será para as margens do rio São Francisco (Xique- xique e Sento- Sé, principalmente). Irecê perde importância política, econômica e torna- se uma região regressa ao atraso, enquanto estas duas cidades surgem imponentes no cenário, esmagando a já humilhada região de que foi um dia, a vedete da agricultura baiana!

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