TELEXFREE: divulgadores podem ser responsabilizados criminalmente

O Ministério Público do Acre, que está à frente das investigações sobre a Telexfree, disse esta semana que os divulgadores que recrutaram novas pessoas para fazer parte do suposto esquema de pirâmide financeira, podem ser responsabilizados criminalmente durante o processo que investiga a operação da empresa no Brasil e no exterior.

A suspeita é de que este seja o maior crime já praticado contra a economia do país, já que as investigações levam a crer que o negócio era operado como uma “pirâmide” sob o disfarce de empresa de marketing multinível, negócio que coloca em risco o sistema financeiro brasileiro.

Em Videira, a adesão foi uma das maiores operações da Ympactus no Brasil. A empresa operava com o nome Telexfree, que por sua vez, é sediada nos Estados Unidos e prometia a venda de pacotes de ligações a longa distância a preços menores e também e remuneração de seus “divulgadores” por anúncios feitos na internet, chegando aos 200% de rentabilidade.

Segundo apurou o Ministério Público, os valores contabilizados pela Telexfree com a venda dos produtos que prometia não passava de 1% do faturamento, pois a verdadeira renda tinha como procedência a entrada de novos integrantes no negócio para que ele pudesse se manter.

No Brasil, a Telexfree está impedida de fazer pagamentos e cadastros de divulgadores desde o dia 18 de junho do ano passado. A investigação da Secretaria de Estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, também concluiu que a Telexfree é uma pirâmide financeira e que ela arrecadou cerca de US$ 1,2 bilhão em todo o mundo com um esquema ilegal de venda fraudulenta de títulos. Na denúncia, as autoridades norte-americanas pediram o fim das atividades da empresa, a devolução dos lucros obtidos e o ressarcimento das perdas causadas aos “divulgadores”.

Suspensão das atividades
A Telexfree anunciou através de comunicado publicado em sua página na internet que suspendeu todas suas atividades de negócios, enquanto cuida de pendências com a Corte de Falências dos Estados Unidos, agências governamentais e a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira. No Brasil, a sede da empresa também estampou um comunicado na porta em que diz que as atividades estão temporariamente suspensas, apesar de vários funcionários serem vistos trabalhando dentro do estabelecimento.

Ações na justiça
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Em Videira, já são dezenas as ações na Justiça com o propósito de fazer com que os consumidores que adquiriam os pacotes da Telexfree tenham seu dinheiro de volta. Algumas delas, já possuem ganho de causa por parte dos “divulgadores”, dentre elas, ações com valores acima de três dígitos. Dessa forma, advogados tem aconselhado as pessoas que se sentiram lesados pela empresa, que entrem na Justiça para buscar os valores que deixaram de receber após a empresa ter seus ativos bloqueados e ainda os recursos que foram investidos inicialmente. No último levantamento feito pelo governo dos Estados Unidos, a empresa não terá valores suficientes para pagar todos as suas dívidas caso for liquidada.

Fundador está preso
O americano James Merrill, um dos fundadores da Telexfree, foi preso no último dia 9, no Estado de Massachusetts. A Justiça americana também expediu mandado de prisão de outro fundador, o brasileiro Carlos Wanzeler, que está foragido. Se forem condenados, cada um pode pegar até 20 anos de prisão.

FBI VAI CADASTRAR VÍTIMAS DA TELEXFREE

A polícia federal americana, o Federal Bureau of Investigation (FBI), lançou nesta quinta-feira um site para cadastrar “vítimas” da TelexFree. Chamado de “Victim Assistance” (assistência às vítimas), o FBI pede a colaboração dos chamados divulgadores da empresa com o preenchimento de um questionário sobre a relação com a TelexFree. “Se você é um cliente da TelexFree e acredita que tenha sido prejudicado, você deveria preencher o questionário abaixo”, diz a página. As perguntas estão em inglês, português e outros 80 idiomas.

O cadastro é voluntário e tem o objetivo de coletar informações para a investigação federal e para a identificação da abrangência criminal do caso, principalmente saber quantas pessoas foram prejudicadas com o esquema fraudulento. Para a ação, o FBI conta com a parceria da Homeland Security Investigations, órgão federal que investiga questões relacionadas a direitos de consumidores americanos e imigrantes.

No texto, consta a informação de que em 9 de maio, James Merrill e Carlos Wanzeler, os principais sócios da TelexFree e empresas relacionadas, foram acusados em um processo criminal federal de conspiração para cometer fraude eletrônica”. Merrill está preso e teve seu pedido de fiança negado nesta semana, assim como a esposa de Wanzeler, Kátia, pega ao tentar sair do país. Já Carlos está em Vitória, no Espírito Santo, mas teve sua prisão decretada nos EUA.

A polícia diz ainda que, devido ao potencial número de vítimas ser muito grande, ela não conseguirá responder todos os casos, mas que poderá contatar alguns para mais informações, se achar necessário. Todas as pessoas cadastradas serão informadas do andamento da questão na Justiça americana e terão acesso a seus direitos. O FBI deixa ainda um contato da Procuradoria do Estado de Massachusetts, em caso de dúvidas: ‘USAMA.VictimAssistance@usdoj.gov’.

Do Folha Diário

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